segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Desafios que encontrei para Batizar minha filha na Igreja Católica

dia 15 de outubro de 2013 postei esse desabafo no meu Facebook:

"Acabo de chegar de uma Igreja com minha filha nos braços. Fui até lá no intuito de conseguir uma data para o batizado dela. Tudo caminhava bem até o momento em que revelei que não era casada na igreja. A partir daí tudo mudou, inclusive a expressão facial da mulher responsável pela Paróquia. O Padre foi chamado e comecei a ficar incomodada com a situação. Ele disse que, mesmo eu não sendo casada na Igreja "poderia até batizar", como se ele estivesse me fazendo um favor.
Primeiro ele perguntou se os padrinhos que eu havia escolhido eram casados na Igreja, caso contrário eu teria que "arrumar outro" para que a cerimônia fosse realizada.
Ora! Se eu escolhi um padrinho/madrinha para batizar minha filha significa que eu escolhi com muito cuidado e carinho uma pessoa para assumir essa posição na vida dela, e não apenas para cumprir requisitos. Já estava com raiva e mordendo o canto da boca quando ele quis me fazer desistir perguntando "Você está com pressa de batiza-la? Porque o curso é muito longo e cansativo, acho que não está na hora de batizar e você deveria esperar ela ficar maior".
Em respeito àquele senhor de idade que poderia ser meu avô, me retirei da sala, educadamente, chateada por minha filha ter presenciado tanta falta de consideração... mas com uma vontade danada de enfiar um murro na cara dele (eu acho que isso é pecado, mas mentir é mais pecado ainda...)

Não sou uma católica fervorosa mas estou fazendo questão de batiza-la por uma questão familiar. Eu realmente acredito que uma criança batizada na Igreja é uma criança abençoada, em nome de tudo que vivi, ouvi e fui criada. O Papa Francisco defendeu o batismo de filhos de mães solteiras. "Somos muitas vezes controladores da fé, em vez de facilitadores", disse o Papa ao se referir a algum padre que se recusa a batizar uma criança filha de mãe solteira. "Essa mulher teve a coragem de continuar a gravidez. E o que encontra? Uma porta fechada?"
Me desculpa, Papa. Mas é por essas e outras que eu fico triste com a Igreja e me pergunto se realmente tudo isso vale a pena.
Estou fazendo um desabafo pois esse episódio me chateou muito, ainda mais por ter sido na frente da Beatriz.
Um padre deveria acolher de braços abertos uma criança, e não dificultar àquele que deseja entrar na Igreja."

O papa Francisco chegou ao Brasil um dia antrs do nascimento da minha filha. Acompanhando sua trajetória desde que foi nomeado Papa, aprendi a admira-lo por sua postura humilde e acolhedora, por respeitar todas as pessoas, independente de opção sexual a estado civil. Acho que ele é a mudança que todos nós, católicos, estavamos esperando e é por isso que não desisti de batizar a minha filha. Acredito em Deus, em Seus ensinamentos e na pessoa que representa HOJE a palavra Dele na Terra.


Meu post no facebook teve uma repercussão maior que esperava. Fui procurada por vários padres de paróquias diferentes e orientada por muitas pessoas. Todos acharam um absurdo e pediram para que revelasse o nome do Padre e da Igreja que tinha feito aquilo tudo. Preferi não divulgar e continuar a busca de uma igreja que nos aceitasse. Acho que aquele Padre deve aprender com os ensinamentos do Papa e não comigo ou com qualquer outra pessoa.
Fui muito bem recebida na Igreja do Carmo, em Belo Horizonte, onde realizamos em Novembro de 2013 o Batizado da minha FILHA Beatriz. Um dia iluminado e abençoado, tenho certeza.


Pelos relatos que recebi por inbox na época, descobri que não fui a única a passar por essa situação. Também soube que não é apenas na minha cidade que isso acontece. Infelizmente alguns padres, mais antigos, se recusam a aceitar ideias que vão contra as "normas e bons costumes" da sociedade. Eu não me encaixava nos padrões daquele padre, que acredita que uma mulher só pode ser mãe se casada na Igreja. Sexo antes do casamento seria pecado.
Enfim!
Assim como eu não desiti, recomendo a todas as mães que, assim como eu, se encontrarem algum obstáculo: NAO DESISTAM! 

Abaixo a foto do nosso dia tão lindo e abençoado! 
Um beijo mamães! Boa noite


 

2 comentários:

  1. Sou evangélico e meu cargo é presbitero. O grande problema de algumas pessoas é que elas querem que a sua religião e o próprio Deus se enquadrem em sua maneira de viver ou pensar elas se acham no direito de ditar as regras que foram impostas pelo próprio Espírito santo na Bíblia , mas não é assim que funciona pecado é pecado ,ter filhos como mãe solteira é sinal que ouve pecado de fornicação e a Bíblia diz que​ os tais não entram no reino de Deus a não ser que se arrependam e deixem a prática e nem papa,padre, pastor,bispo etc... Podem revogar. Meu concelho para você minha querida amiga é: arrependa de teus pecados se batiza por imersão aceita o senhor Jesus como único e suficiente salvador para que o dia que você deixar esse mundo você encontrará paz para a tua alma que com certeza está faltando.Deus a abençoe em Cristo Jesus!

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    1. Cristo é amor e misericórdia. Esse preconceito não combina com religião. Que vergonha. Quem é você para classificar alguém como pecador? Me poupe.

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